Comecei esse blog com o intuito de (re)começar a escrever. Se há 2 anos, quando fazia meu mestrado em comunicação, escrevia diariamente, em alguns momentos até a exaustão, hoje escrevo pouco. Twitto bastante, mas não filosofo o suficiente.
No meu pequeno mundo a escrita sempre esteve ligada a algo mais forte e primordial. Há algo no ato de escrever que não só transcreve meus pensamentos, mas, sustenta-os.
Escrever me traduz no mundo.
Não sou um escritor. Mas, a cada dia, como falei no primeiro post desse novo blog, o teclado, “esse danado”, me observa e me chama surdinamentE – como bem poderia dizer Adoniran Barbora.
Sonho com a escrita, sonho com as histórias e estórias: elas saltam na minha língua de vez em quando. Para ser franco, me martirizo, como o maior dos pecadores, todos os dias que não escrevo. Não escrevo na maior parte dos dias. Sofro na maior paret dos dias.
Não é como se fosse um vício de jornalista que pulala em mim. Em minha solene ilusão, é muito mais uma necessidade básica condicionada pelo ato de pensar minha existência de ser humano na (atenção: palavra preferida dos faconianos adiante; ainda dá tempo de largar este post e não ser afetadx) contemporaneidade. Não raras vezes me pego pensando que preciso pular no rio do que é ser um “ser humano’, nesse ponto da história. Que preciso, também, reafirmar minha existência por meio do que, parece óbvio, ser uma das concepções mais disruptivas (para usar uma palavrinha da moda) da humanidade: a escrita.
A escrita não apenas transmite a comunicação, ela registra-a no tempo. Ela solidifica a existência da linguagem para sempre. Claro, ela também é uma linguagem.
Escrevo para você em um blog e não em uma pedra. Nós dois sabemos que esse blog deixará de existir um dia. Essas palavras também. Não obstante, eu as escrevi, eu as sinto pular por meus dedos para a tela – elas se materializam ali, eu estou ali. Isso nunca será tirado de mim.